Dia estadual do nanismo é celebrado na Alerj

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A defesa da inclusão social marcou o evento que comemorou o Dia Estadual do Nanismo, nesta quarta-feira (25/10), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A data, instituída pela lei 7.319/16, de autoria da deputada Daniele Guerreiro (PMDB), tem o objetivo de difundir informações sobre a deficiência para combater o preconceito e melhorar a qualidade de vida das pessoas com nanismo. “Precisamos informar mais para afastar a discriminação”, afirmou a parlamentar.

O deputado Rafael Picciani (PMDB), que conduziu o encontro, lembrou que essa data já é reconhecida em vários países. “No Brasil, o estado do Rio é o segundo a adotar esse dia para dar visibilidade à causa. O primeiro foi Santa Catarina”, disse. Segundo Rafael, disseminar conhecimento é fundamental para combater o preconceito. “As pessoas desconhecem as causas e não sabem que qualquer casal pode ter um filho nessa condição. É importante o conhecimento para vencer o preconceito”, ressaltou Picciani.

O chefe do Centro de Genética Médica do Instituto Fernandes Figueira (IFF), dr. Juan Llerena, explicou que existem cerca de 400 tipos de nanismo. “Cada caso é um caso e merece cuidados individuais. Mas é fundamental nos colocarmos no lugar do outro e lembrar que o nanismo não traz nenhum comprometimento intelectual”, ressaltou.

Acessibilidade 

A presidente da Associação do Nanismo do Estado do Rio de Janeiro (Anaerj), Kenia Rio, lembrou que a lei é importante para combater o preconceito e a falta de acessibilidade. “Como deficientes já tínhamos garantias pela lei 5.296 de 2004, mas isso não bastou. Então é muito importante ter um dia só nosso para que a sociedade possa nos visualizar. Tenho filho e neto com nanismo e quero um mundo melhor pra eles. As autoridades precisam se conscientizar sobre a necessidade de adequar os serviços para atender também às pessoas com nanismo, seja no transporte público, nos elevadores ou nos bancos,” disse.

Inclusão

O evento foi marcado ainda por depoimentos emocionados de pessoas que lutam contra o preconceito. Esse é o caso da bancária e passista da escola de samba Viradouro, Viviane de Assis. Ela tem apenas 1,25m de altura e sempre sonhou em participar do concurso que elegeria a rainha do carnaval carioca, mas sempre era impedida porque o regulamento não permitia candidatas que medissem menos de 1,60m. “Fiz barulho, reclamei e mostrei que samba não pé não tem a ver com tamanho. Foi assim que consegui que a prefeitura voltasse atrás da regra”, contou.

Viviane concorreu mas não ganhou o título. “Sempre quis ser rainha, não consegui, mas pra mim foi a realização de um sonho. Sempre sofri preconceito. Tinha mulata que não queria que eu sambasse perto dela porque achava que eu ia roubar a cena, me olhavam de cara feia, mas eu nem ligo”, disse a passista, que tem um filho de 15 anos que não tem nanismo. “Mostro pra ele todos os dias que a mãe dele é uma mulher normal. Capaz de realizar o que ela quiser”, ressaltou. Os deputados Ana Paula Rechuan (PMDB), Fatinha (SD) e Dr. Gotardo (PSL) também participaram do evento.