Coluna: Efeito Borboleta

É UM NÃO, MAS…

É bem verdade que:

Não sentimos crescer dentro do útero, um novo ser;
mas sentimos no coração, o amor pela nova vida.
Não sentimos a sensação de enjôo da gestação;
mas sentimos a solidariedade ao ampararmos a cabeça e segurarmos a náusea na hora do vômito.
Não sentimos o incômodo da ostentação de uma barriga volumosa e pesada;
mas sentimos o peso do compromisso com alguém que dependerá de nós.
Não sentimos a mudança no corpo e a sensação de deformação da silhueta;
mas sentimos o prazer e o respeito por alguém que traz, dentro si, o fruto de uma grande alegria.
Não sentimos a impaciência do sono e da noite mal dormida;
mas sentimos o cansaço do dia seguinte, por ter passado a noite encolhido no canto da cama.
Não sentimos as dores do parto;
mas sentimos o prazer de passarmos segurança quando seguramos na mão.
Não sentimos a grandeza da satisfação de dar a luz;
mas sentimos o orgulho de ter sido parte imprescindível na formação daquele ser, que chega ao mundo.
Não sentimos o prazer de conceder o alimento essencial, que vem de dentro e supre as necessidades através dos seios na amamentação;
mas sentimos a responsabilidade de continuarmos provendo o alimento, após a amamentação.
Não devemos sentir desvantagem ou mesmo, menos dignidade;
mas devemos, pelo contrário, nos sentirmos co-responsáveis, não no sentido de coadjuvantes, mas de parceiros.
Como homens, temos a dádiva de duas visões sensitivas:
Uma de dentro para fora, pois viemos desse processo. Nascemos do ventre de uma mulher.
Outra, de fora para dentro, pois recebemos nos braços o pequeno ser que crescerá e dará seus próprios frutos.
Ser PAI…
É dar e receber amor na mesma medida.
É ser, de forma inquestionável e irrevogável, parte significativa e imprescindível na formação de uma vida.