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Vírus atual da febre amarela tem mutação inédita, diz Fiocruz

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De acordo com pesquisadores, não há registro anterior dessas mutações na literatura científica mundial

O DIA

Rio – Os pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) concluíram o sequenciamento do vírus da febre amarela, responsável pelo atual surto da doença no Brasil. De acordo com o instituto, após a análise da sequência completa do genoma foi possível constatar a presença de variações em sequências genéticas que estão associadas a proteínas envolvidas na replicação viral. Ainda segundo a instituição, não há registro anterior dessas mutações na literatura científica mundial.

Os pesquisadores reforçaram que os impactos para a saúde pública ainda precisam ser investigados e apontaram para a necessidade de se avaliar mais amostras, relativas a locais diferentes e incluindo casos em humanos, macacos e mosquitos.

Os resultados das análises foram divulgados na revista científica ‘Memórias do Instituto Oswaldo Cruz’. Adicionalmente, dados ainda não publicados apontam os mesmos resultados para a análise de mosquitos coletados no Espírito Santo e para um macaco que veio a óbito no Estado do Rio de Janeiro.

De acordo com a Fiocruz, o estudo partiu de uma constatação que vem ganhando cada vez mais espaço: a atual situação de febre amarela no país conta com lacunas de entendimento sobre sua dinâmica de dispersão.

Para os pesquisadores, o surto é o mais severo das últimas décadas, e a doença tem se espalhado de forma rápida, com epizootias e casos humanos diagnosticados inclusive em locais considerados livres do agravo há quase 70 anos.

“Nesse momento, o compromisso de cada um de nós, pesquisadores, deve ser de gerar conhecimento na sua área de especialidade e compartilhar essas descobertas, de forma acelerada, para que possamos contribuir para preencher um mosaico de evidências que permita ajudar a explicar o cenário atual”, afirma a pesquisadora Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do IOC, que coordenou o estudo com o pesquisador Ricardo Lourenço, chefe do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC.

Os pesquisadores enfatizam que o sequenciamento do genoma é fundamental para complementar as evidências obtidas na pesquisa. “Este é um resultado inicial. Não podemos generalizar, pois ainda não sabemos se esse vírus é predominante no atual surto”, afirma Ricardo Lourenço.

Número de mortos no estado sobe para cinco

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informou nesta segunda que subiu para cinco o número de mortes por febre amarela no estado. Exames laboratoriais feitos pela Fundação Oswaldo Cruz confirmam 14 casos da doença em todo o estado e mais duas mortes: uma em Macaé, norte fluminense, e uma em Silva Jardim, região da Baixada Litorânea.

Dos 65 municípios do Rio de Janeiros considerados mais vulneráveis ao contágio da febre amarela, 55 tiveram disponibilizadas doses em quantidade suficiente para imunização do público-alvo – entre elas, Macaé e Silva Jardim. São quase 5 milhões de doses da vacina disponibilizadas para os 92 municípios fluminenses.

Os municípios prioritários, de acordo com a avaliação do cenário epidemiológico, que ainda não receberam novas remessas de vacinas são: Arraial do Cabo, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Magé, Petrópolis, Resende, São Pedro da Aldeia, Saquarema, Teresópolis e Três Rios.

Desde janeiro, 7,7 milhões de doses foram distribuídas aos 92 municípios do estado, atendendo à estratégia de priorizar as cidades mais vulneráveis. O governo tem como meta imunizar toda a população elegível no estado até o fim do ano, cerca de 12 milhões de pessoas.

Ainda segundo a secretaria, a estratégia de vacinação em cada cidade deve ser definida por cada uma das 92 prefeituras, observando a disponibilidade de doses pelo Ministério da Saúde, a capacidade operacional – como número de postos e de pessoal capacitado para o trabalho -, além do armazenamento correto das doses, para que não haja perda de vacinas.

O público-alvo para receber as doses é formado por crianças a partir de 9 meses e adultos de até 59 anos.

Com informações da Agência Brasil