Salão Getúlio Vargas é nova atração da visita guiada ao Palácio Guanabara

Espaço é mais conhecido como Salão Verde, pelo seu mármore esverdeado

O Salão Getúlio Vargas, popularmente conhecido como Salão Verde, passou a integrar o roteiro de visitação do programa “Palácio Guanabara de Portas Abertas”, a partir deste sábado (29/08). A sala, que atualmente é utilizada para assinaturas de convênios e entrevistas oficiais, é a segunda maior da sede do Governo do Estado, com 118 m². Toda revestida de mármore esverdeado nas paredes e pilastras, foi decorada pelo presidente Getúlio Vargas, quando o Rio de Janeiro ainda era capital do Brasil.

– Pela primeira vez, estamos abrindo este salão à visitação pública. Incluímos o espaço no roteiro por sua beleza e história – disse a coordenadora do programa, Ula Vidal.

Palco de reuniões de chefes de Estado e de decisões políticas importantes, o Palácio Guanabara, já entrou na rota dos importantes programas culturais da cidade do Rio de Janeiro. Desde sua abertura à visitação pública, em janeiro deste ano, já recebeu em seus tours mais de 400 visitantes.

– Achei o passeio maravilhoso e estar num ambiente onde presidentes participaram de decisões importantes é muito interessante. Gostei de todos os cômodos visitados e o Salão Verde é muito bonito – afirmou o gerente de vendas Marx Sousa dos Santos, de 48 anos, que passeou pelas instalações com a mulher, a filha e a neta.

Para o fisioterapeuta Jonathas Coutinho, de 26 anos, a visita guiada superou as expectativas.

– Achava uma pena ele não ser aberto ao público. Parabéns ao Governo do Estado do Rio pela iniciativa. O passeio foi ótimo e os guias também – disse ele.

Para Laís Martins da Paz, de 24 anos, o jardim foi o destaque do passeio.

– É lindo, não tem igual. Mas o Salão Verde é magnífico – opinou a estudante.

A visita guiada do programa “Palácio Guanabara de Portas Abertas” tem início pelo Salão Nobre, seguida pelo Salão Verde, e depois pela sala onde foi descoberto, em 2011, um calçamento centenário tipo “pé de moleque”. O jardim é outro ponto alto do tour. As visitas contam com a participação de estudantes do curso de Turismo e Hospitalidade do Senac RJ, parceiro do Governo do Estado no projeto.

A visita acontece aos sábados de cada mês em três horários: 9h, 10h e 11h. É preciso fazer agendamento pelo e-mail http://visitaguiada.casacivil.rj.gov.br/VisitaGuiada/ com as seguintes informações: nome completo, número de documento de identidade e telefone para contato.

Palácio conta a história do estado e do país

O início da construção do Palácio Guanabara data de 1853, para servir de residência familiar. Em 1864, foi vendido à Família Imperial, que o reformou para receber a princesa Isabel e seu esposo, o Conde d’Eu, passando a se chamar Paço Isabel. Nessa época, foram plantadas diversas plantas exóticas no local e uma fileira dupla de palmeiras imperiais na recém-inaugurada rua Paissandu.

Em 1890, a construção foi declarada patrimônio nacional e recebeu seu nome atual, Palácio Guanabara. No decorrer dos anos, foi sede do Poder Executivo da Presidência da República, nas gestões de presidentes como Marechal Hermes da Fonseca, Washington Luís, Getúlio Vargas. O último presidente a despachar no palacete, na década de 40, foi Eurico Gaspar Dutra.

A partir de 1946, o Palácio passou a abrigar a Prefeitura do Distrito Federal até a criação do Estado da Guanabara, em 1960. Desde então, a construção se tornou sede do Governo do Estado e recebeu governadores, entre eles, Antônio de Pádua Chagas Freitas, Leonel Brizola e Marcello Alencar, e atualmente o governador Luiz Fernando Pezão.

A construção mantém características centenárias que conferem beleza especial ao local. No caso do jardim, o desenho foi idealizado pelo paisagista francês Paul Villon no começo do século 20 e se mantém intacto até hoje. No local, está o chafariz de Netuno, pequeno lago com a estátua do deus da mitologia romana que foi desenvolvida pela Fundição Val d’Osne, mais importante fundição do século 19, localizada na França. O jardim também é adornado por alamedas de palmeiras imperiais e árvores frutíferas exóticas, como mangueira, caqui-preto, pêssego-da-Índia e olho-de-dragão.

Fotos: Salvador Scofano / Shana Reis