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Prefeito do Rio e presidente de escolas de samba se reúnem após redução de verba

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Crivella afirmou que vai se empenhar ao máximo para conseguir mais verbas com a iniciativa privada para ajudar as escolas

O DIA

Rio – O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e os presidentes e vices das escolas de samba do Grupo Especial se reuniram na manhã desta quarta-feira para discutir os rumos da festa. O encontro durou quase duas horas e meia e ocorreu após o anúncio da redução em 50% da ajuda financeira para as agremiações. Segundo Crivella, a verba de R$ 1 milhão será destinada para creches, mas prometeu dar R$ 1 milhão de subvenção a cada agremiação, ao contrário dos anos anteriores, ainda em 2017.

O prefeito também disse que vai se empenhar ao máximo para conseguir mais verbas com a iniciativa privada para ajudar na subvenção. “Vou lutar muito para conseguir os recursos para o Carnaval. Hoje, demos o primeiro passo para um acordo. Fundamos o bloco ‘É conversando que a gente se entende’. Além do Marcelo Alves (presidente da Riotur), estão comigo para ajudar vocês pessoas como o Boni, Roberto Medina e Ricardo Amaral, todos interessados em encontrar uma solução”.

Presidente estavam insatisfeitos com teor da reuniãoMaíra Coelho / Agência O Dia

Crivella também recordou seu compromisso em melhorar as condições do Sambódromo, como a substituição da iluminação para lâmpadas de led, a instalação de telões e outros reparos estruturais. Só com a reforma dos 36 banheiros coletivos e dos assentos das arquibancadas, por exemplo, o gasto da Prefeitura será de R$ 1,1 milhão, de acordo com o orçamento feito pela Riourbe, após vistoria realizada há 15 dias. No carnaval deste ano, a Prefeitura teve um gasto de R$ 19 milhões com toda a operação, além do pagamento de subvenção às escolas.

A reunião acabou às 10h20 e os representantes das agremiações saíram insatisfeitos do encontro. O mais nervoso era o presidente da União da Ilha. Todos os mandatários se reuniram no estaciomento do local para discutir o que foi conversado com o prefeito. Entretanto, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) avaliou como positiva a conversa e disse que o carnaval do ano que vem está garantido.

“Tanto as escolas, a Liesa, e a prefeitura vão fazer um esforço para chegar a um consenso e certamente está garantido o carnaval de 2018 com toda a beleza e o trabalho feito com brilhantismo pelas escolas e com o setor público também”, disse Jorge Castanheira.

Castanheira avaliou como proveitosa a reunião, onde foram apresentadas as dificuldades da prefeitura, assim como das escolas de samba, que já estão trabalhando e contrataram equipes para o carnaval de 2018. Uma próxima reunião foi marcada para segunda-feira.

“O prefeito nos recebeu muito bem, com representantes do governo, nos mostrou todo o quadro da realidade da prefeitura e também falamos, cada um dos presidentes pode falar do drama que também estamos passando. Nós combinamos uma próxima reunião, na segunda-feira. Trouxemos nossas reivindicações para o prefeito e toda a sua equipe, em função do carnaval já ter sido iniciado, as escolas já contrataram trabalhadores. Ele está avaliando junto a Riotur qual modelo poderia ser sugerido para que o carnaval não deixasse de ter o mesmo impacto positivo para a cidade, o mesmo brilho, a mesma qualidade”, explicou.

O presidente da Liesa disse que a audiência da próxima semana será decidido se será mantido ou não o corte de 50% na verba para as escolas de samba. “Deverá ser reavaliado o corte. Chega-se a um momento em que poderemos ter na segunda-feira uma solução positiva para todos. Ele ficou de resolver com a Riotur e toda a sua equipe para chegarmos a uma conclusão de números. Ele não voltou atrás, não se trata de ir ou vir. É a primeira reunião que nós tivemos, com todas as escolas, e nos atendeu prontamente, e daqui estamos buscando uma solução de consenso que atenda à todos.”

A secretária Municipal de Fazenda, Maria Eduarda Gouvêa Berto, fez uma apresentação sobre o desafio fiscal da atual gestão, com um déficit no orçamento de R$ 3,8 bilhões e a queda no nível de emprego no município. Logo em seguida, o presidente da Riotur, Marcelo Alves, exaltou o potencial comercial do carnaval e disse que tem três projetos para apresentar à Liesa. Ele fez uma comparação com o Rock in Rio, evento que fatura cerca de R$ 250 milhões e tem um lucro de R$ 100 milhões. “O desfile das escolas de samba precisa se atualizar num grande projeto de marketing. As grandes marcas querem estar no carnaval. A festa na Sapucaí tem 10 vezes mais potencial de faturamento que o Rock in Rio. Temos que buscar juntos uma solução”, afirmou.

Estiveram no encontro os presidentes e representantes das 13 escolas de samba do Grupo Especial: o presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta; o presidente da Imperatriz Leopoldinense, Luizinho Drummond; da União da Ilha, Ney Filardis; da Portela, Luiz Carlos Magalhães; o vice-presidente da Mocidade, Rodrigo Pacheco; o presidente da São Clemente, Renato Almeida Gomes; da Paraíso do Tuiuti, Renato Thor; a presidente do Salgueiro, Regina Celi; a presidente do Império Serrano, Vera Lúcia Correa; o vice da Vila Isabel, Fernando Fernandes; o presidente da Mangueira, Chiquinho da Mangueira; o vice-presidente da Beija Flor, Ricardo Abrãao; e o presidente da Grande Rio, Milton Perácio.

Preços dos ingressos serão mantidos

Na reunião ficou decidido que os ingressos para a festa na Marquês de Sapucaí não serão reajustados no ano que vem. “De antemão, em conjunto com a Riotur, decidimos manter os preços dos ingressos do carnaval passado, o sexto ano sem reajuste de preços, mas buscando manter o nível do carnaval”, disse Castanheira.

O anúncio do encontro foi divulgado com exclusividade pela colunista Leo Dias. Os primeiros a chegar para a reunião, no gabinete do prefeito, foram Chiquinho da Mangueira, presidente da escola Verde e Rosa, e Regina Celi, presidente do Salgueiro.

Esta foi primeira reunião entre prefeitura e os representantes das escolas de samba após o anúncio da redução da verba destinada às escolas, que voltou a ser de R$ 1 milhão por agremiação. Na tentativa do primeiro encontro, Crivella desmarcou por conta da agenda. Na segunda vez, Castanheira, presidente da Liesa, que desmarcou.

Ainda segundo a coluna do Leo Dias, à noite haverá uma plenária na sede da Liesa para definir o futuro da festa. Em pauta, o corte da verba para a organização do Carnaval e o resultado da reunião com o prefeito Marcelo Crivella.

Com reportagem do estagiário Rafael Nascimento, sob supervisão de Cadu Bruno