Exposição ‘Dercy 10’ será lançada nesta quinta (19) em Santa Maria Madalena, no RJ, cidade onde ela nasceu e foi enterrada em 2008.
Por Aline Rickly, G1, Santa Maria Madalena
19/07/2018 07h00 Atualizado há 5 horas
Para lembrar a data, Nestor, que mantém uma exposição permanente sobre a vida de Dercy, cedeu parte do acervo para a exposição “Dercy 10”, que será inaugurada nesta quinta-feira (19), na Secretaria de Turismo da cidade. A mostra pode ser visitada até o dia 22 de julho, na Praça Coronel Braz, no Centro, das 9h às 16h.
Vestidos, acessórios, fotos, recortes de jornalod_jornalis e revistas guardadas por Nestor estarão na exposição em homenagem à amiga.
“Tenho as roupas que ela comemorou os 95 e 100 anos de idade, a que inaugurou a Calçada da Fama em Santa Maria Madalena, além de óculos, perucas, acessórios, discos, livros, mais de 2 mil recortes de revistas e jornalod_jornalis e mais de 15 mil fotos”, conta Nestor.
“Ela dizia que pegou um trem e fugiu atrás de uma Companhia de Teatro após ter se apaixonado por um ator. Se aventurou atrás de um amor e tinha certeza que Santa Maria Madalena era pequena demais para ela naquela época, por ser uma mulher à frente do seu tempo”, afirma Nestor.
A amizade entre Nestor e Dercy surgiu da admiração que ele tinha pela atriz e da coleção que fazia, mesmo antes de conhecê-la, de recortes de jornalod_jornalis e revistas em que ela aparecia.
O fato despertou a curiosidade da comediante, quando esteve em Santa Maria Madalena para ser homenageada durante o carnaval de 1986. Nestor conta que, a partir daí, a ligação entre os dois só cresceu.
“Eu conheci a Dolores, filha do alfaiate e da lavadeira. Era uma pessoa retrógrada e não gostava que ninguém falasse palavrão perto dela. Mas, também pude conhecer a artista, que era um furacão diante das câmeras e nos palcos”, revela Nestor.
Atualmente, ele continua contando a história da comediante que conquistou fãs em todo o mundo. Além de ter um cômodo da casa dedicado à atriz, também é presidente da Associação de Amigos do Museu Dercy Gonçalves desde 2006.
Inaugurado em 1996, o Museu em Madalena fica na Avenida Nossa Senhora de Fátima e é aberto ao público, todos os dias da semana, inclusive feriados, das 9h às 16h. Desde que foi criado já recebeu mais de 50 mil visitantes.
“Esse acervo representa a alegria de ter tido a oportunidade de conviver com ela e saber que deixou para nós uma história tão bonita. A angústia da perda é compensada por tudo aquilo que sinto quando lembro dela: luz, força, energia. Dercy era um ser diferenciado”, afirma.
Nestor contou que a cidade já homenageou Dercy outras vezes com a criação da Calçada da Fama, que fica na Praça Coronel Braz, no Centro, onde também tem um busto da comediante de quatro metros de altura e 10 toneladas, que foi inaugurado em 2004, quando completou 80 anos da fuga da atriz de Santa Maria Madalena.
O mausoléu onde Dercy está enterrada também chama a atenção porque fica na entrada do cemitério e é todo de vidro. Ele também é aberto à visitação.