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Maracanã recebe festa de encerramento dos Jogos Paralímpicos

A cerimônia, que marcou também o fim do ciclo olímpico no Brasil, contou com a apresentação de muitos artistas brasileiros

O Maracanã foi o palco da cerimônia de encerramento da Paralimpíada, que marcou também o fim do ciclo olímpico no Brasil. Neste domingo (18/9), atletas das 160 delegações, que disputaram 22 modalidades, foram os principais convidados da festa e assistiram a todo o evento em espaços montados no campo. Nem a chuva que caiu no final desanimou o público presente. O governador em exercício, Francisco Dornelles, acompanhado da esposa Cecilia Dornelles; o governador licenciado Luiz Fernando Pezão; e a primeira-dama do Estado e presidente do RioSolidario, Maria Lucia Horta Jardim, acompanharam espetáculo.

Patrimônio do Rio e considerado o templo do futebol, o estádio recebeu um grande show com muitos ritmos, que foram do samba ao rock, do pop ao baião, da bossa nova ao funk. O objetivo dos responsáveis pela festa – Vik Muniz, Fred Gelli, Marcelo Rubens Paiva, Paula Mello e Fábio Arruda – foi prestar uma grande homenagem aos atletas e voluntários, além de convidar todo o público a ampliar os sentidos.

A cerimônia começou com o som do Mestre Batman e os Batuqueiros do Silêncio, percussionistas com deficiência auditiva; Armandinho, Andreas Kisser e Johnatha Bastos, que nasceu sem os dois braços e toca guitarra com os pés.

O hino nacional brasileiro foi interpretado pelo tenor Saulo Laucas, que nasceu com deficiência parcial da visão e aos três anos foi diagnosticado com autismo. E os Bombeiros do Batalhão do 3º Grupamento Marítimo (GMAR), de Copacabana, hastearam a bandeira do Brasil. A equipe colabora com o Projeto Praia para Todos, que ajuda a acessibilidade de cadeirantes para tomar banho de mar. O 3o GMAR também recolheu a bandeira paralímpica.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes entregou a bandeira paralímpica ao presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Philip Craven, que a repassou para Tóquio, cidade-sede dos próximos Jogos.

Em seguida, Tóquio mostrou que está preparada para receber também a Paralimpíada, em 2020, pela segunda vez. A cidade sediou os Jogos em 1964. A apresentação, que teve como tema a “atitude positiva”, trouxe artistas com diferentes deficiências, como um dançarino e uma modelo amputados.

Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, iniciou seu discurso homenageando o ciclista Bahman Goldbarnezhad, que morreu ontem durante uma prova da modalidade. Em seguida, ele ressaltou o sucesso da Olimpíada e da Paralimpíada. Ele agradeceu aos voluntários, parabenizou os atletas e desejou boa sorte a Tóquio.

– Missão cumprida. Realizados Jogos Olímpicos e Paralímpicos espetaculares. Este Brasil, que amamos tanto, mostrou ao mundo do que é capaz. Tudo começou com o sonho de tornar o Rio uma cidade olímpica. O sonho aconteceu. A melhor torcida do planeta é carioca. É do Brasil. Recebemos o mundo com calor humano, respeito e solidariedade. Terminados esta jornalod_jornalda melhores como nação e cidadãos – discursou Carlos Arthur Nuzman.

Philip Craven, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, agradeceu a todos os brasileiros que participaram dos Jogos, aos voluntários e ao Comitê Organizador. Ele também parabenizou a todos os atletas palímpicos.

– Vocês mostraram que a atitude positiva, mesmo com deficiências, não tem limites. Vocês são agora heróis de futuras gerações de esportistas. Agradeço ao Rio de Janeiro, essa cidade maravilhosa – disse Philip Craven.

Além do público presente no estádio, a cerimônia foi transmitida para diversos países de todo o mundo. Artistas brasileiros como Ivete Sangalo, Saulo, Gaby Amarantos, Dream Team do Passinho, Nego do Borel, Vanessa da Mata, Nação Zumbi e Céu, se apresentaram durante a festa, que terminou com um grande show, antes da chama paralímpica ser apagada.

Transporte e acessibilidade

 A maior parte do público utilizou o transporte público para chegar ao Maracanã. A família da professora Monira Reis, de 31 anos e moradora de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, foi de trem para o Estádio.

– Viemos de trem e não tivemos nenhum problema. Fomos muito bem orientados e chegamos rápido e sem dificuldades – elogiou Monira, que estava acompanhada do marido Marcos Reis e da comadre Lucilene Soares.

Ela também aprovou a experiência paralímpica:

– Assisti vôlei sentado e hipismo. Já conhecia as modalidades, mas aprendi muitas coisas, como a importância do silêncio nas arenas e os aplausos em libras. Foi uma experiência nova e muito importante.

A Estação Olímpica de São Cristóvão, a Estação Intermodal Maracanã e a Estação São Francisco Xavier foram os principais pontos de acesso para quem foi conferir a cerimônia de encerramento. Elas foram importantes investimentos do Governo do Estado em mobilidade urbana, assim como a modernização das estações ferroviárias olímpicas Engenho de Dentro, Deodoro, Vila Militar, Magalhães Bastos e Ricardo de Albuquerque, além da Linha 4 do Metrô, que liga a Barra da Tijuca a Ipanema.

Para receber os Jogos, as estações de São Cristóvão e Maracanã foram reformadas e passaram a contar com acessibilidade total. Em São Cristóvão, foram instalados três elevadores e três escadas rolantes, novo mezanino com área de acesso cinco vezes maior do que o anterior (passou de 610 m2 para 3.122 m2) e passarela de integração direta com o metrô. Além disso, as coberturas das plataformas foram ampliadas e foi instalado piso tátil. A Estação do Maracanã tem sete escadas rolantes e sete elevadores, além de acesso ao estádio por meio de uma passarela recuperada pelo Governo do Estado.

Balanço da Paralimpíada

 O Brasil terminou os Jogos em oitavo lugar, com 72 medalhas: 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze. Antes do início da competição, a meta prevista pelo Comitê Paralímpico Brasileiro era ficar entre os cinco melhores países. Apesar dos paratletas brasileiros terem conquistado mais pódios do que em Londres 2012, a colocação foi pior, pois foram menos ouros. Em 2012, o país ficou em sétimo lugar com 43 medalhas, sendo 21 douradas.

A modalidade em que foram conquistadas mais medalhas pelo Brasil foi o atletismo, com 33 no total. Na natação, foram 19 premiações. O nadador brasileiro Daniel Dias terminou a Rio 2016 como o maior medalhista no quadro geral, com quatro ouros, três pratas e dois bronzes. O atleta subiu no pódio em todas as provas que disputou. Outro destaque foi a conquista do tetracampeonato paralímpico pela Seleção Brasileira de Futebol de 5.

A primeira Paralimpíada na América do Sul bateu ainda outro recorde. Com mais de dois milhões de ingressos vendidos, os Jogos receberam o segundo maior público da história do megaevento, perdendo apenas para Londres 2012 (2,8 milhões), mas superando com folga Pequim 2008 (1,7 milhão).