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Clima de apreensão toma conta do STF após morte de Teori Zavascki

Ministra Cármen Lúcia mantinha relação próxima com Teori, que lhe fazia visitas no gabinete com regularidade

ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília – A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, soube nesta quinta-feira, do acidente com seu colega de Corte Teori Zavascki por volta das 15h30, assim que desembarcou no aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte. Sem agenda oficial no STF desta sexta-feira, ela visitaria o pai, no interior de Minas. A ministra cancelou a visita e voltou para Brasília.

A ministra Cármen Lúcia foi comunicada do acidente no Rio pelo juiz auxiliar Márcio Schiefler Fontes, braço direito de Teori e um dos encarregados de conduzir os processos da Operação Lava Jato no gabinete do ministro.

Schiefler, ao se dar conta de que Teori poderia estar no avião que caiu em Paraty, teria tentado ligar para o ministro, sem sucesso.

Após ser informada do acidente, a presidente do Supremo pediu ao auxiliar de Teori que avisasse o presidente da República, Michel Temer, para que providências pudessem ser tomadas. Cármen também telefonou para todos os ministros do Supremo após a confirmação da queda do avião.

A ministra designou o diretor-geral da Corte, Eduardo Toledo, e mais um funcionário do tribunal para viajarem ao Rio a fim de acompanhar os desdobramentos do caso.

Segundo pessoas próximas a Cármen Lúcia, a ministra se disse arrasada. Ela mantinha uma relação próxima com Teori, que lhe fazia visitas no gabinete com regularidade.

Segundo assessores do Supremo, a ministra conversou ontem mais de uma vez com a filha de Teori e se colocou à disposição da família.

Choque

No Palácio do Planalto, o clima é de “estarrecimento” e “choque” com o acidente que matou o ministro do Supremo. O presidente Michel Temer foi informado sobre as primeira notícias do acidente quando iniciava a participação na cerimônia de entrega de credencias de oito novos embaixadores que chegaram ao Brasil

As primeiras informações que chegaram ao Planalto diziam que o acidente teria sido causado por uma “aproximação equivocada” do piloto da aeronave King Air, considerado um dos aviões mais seguros do mundo. A queda, segundo essas informações, havia sido causada pelo mau tempo.

Segundo assessores palacianos, as primeiras notícias que chegaram a Temer não eram oficiais nem teriam sido repassadas pela Aeronáutica, que investiga os acidentes. Estariam circulando inclusive no mercado financeiro. Ainda de acordo com interlocutores do presidente da República, o tempo estava muito ruim na região de Paraty e o piloto não teria conseguido enxergar a pista. “Como já estava próximo de pousar na pista de Paraty e achou que já havia chegado no solo, acabou descendo antes da hora e batendo na água”, disseram os assessores sobre as informações repassadas a Temer.

Chegou ainda ao Palácio do Planalto, conforme auxiliares do presidente, a informação de que o acidente com Teori não teria sido o primeiro do tipo na região, o que não chegou a ser confirmado.

O presidente Michel Temer conversou com a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lúcia, sobre a queda do avião.

No Palácio do Planalto, os assessores evitaram falar sobre a sucessão do ministro Teori Zavascki, que era o relator dos processos da Operação Lava Jato na Corte. Michel Temer, como presidente da República, tem a prerrogativa de indicar o substituto do ministro Teori no tribunal.