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Cidades querem que Samarco arque com seus prejuízos

Prefeitos de 36 cidades mineiras e 3 capixabas vão entregar um relatório com as perdas financeiras que sofreram desde o dia 5 de novembro, quando a barragem de Fundão se rompeu em Mariana. Prefeitura de Valadares não confirma, mas a Frente Nacional dos Prefeitos diz que o município faz parte do grupo

Definitivamente, os municípios afetados pelo desastre ambiental que ocorreu com o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, não querem esperar de braços cruzados que a Samarco arque com os prejuízos e restitua as perdas que as cidades mineiras e capixabas tiveram. Cada cidade fará um relatório com listagem do quanto deixou de arrecadar desde o dia 5 de novembro, assim como as obras emergenciais a serem feitas para reparação dos danos, para ser entregue à Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) que, por sua vez, coordenará as ações e, nos próximos dias, entregará os documentos à Samarco.

Ainda não se sabe quanto prejuízo tiveram essas cidades, devido à peculiaridade, necessidade e perdas específicas de cada uma delas. Mas cada município fará o levantamento para contabilizar as perdas. A FNP informou à reportagem do DIÁRIO DO RIO DOCE que 36 cidades mineiras, entre elas Governador Valadares, e 3 cidades capixabas fazem parte das que foram chamadas a participar da frente para ajustes de apoio aos municípios atingidos.

O presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Márcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte, disse que as demandas precisam ser resolvidas e que é preciso análise técnica. “Temos questões a serem resolvidas a longo, médio e curto prazo. Há prejuízos que precisam ser ressarcidos imediatamente, os relacionados à perda de receitas dos municípios. Temos que analisar também tecnicamente o risco de assoreamento de novos rios, por causa da calha fluvial, a qual foi alterada”, disse Lacerda, que, a partir do alerta da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a contaminação das águas ocasionada pelo desastre ambiental, enviou mensagem aos 39 prefeitos de cidades mineiras e capixabas afetadas, com orientação de que sejam comunicados quaisquer relatos sobre casos de pessoas que apresentarem sintomas de contaminação pelos detritos contidos no rio.

A Prefeitura de Valadares foi procurada para se posicionar a respeito do relatório, mas não houve resposta até o fechamento desta edição. Além de Valadares e Mariana, também fazem parte da lista dos atingidos — e que deverão integrar o grupo que entregará os relatórios — as cidades de Barra Longa, Sem Peixe, Rio Doce, Santa Cruz do Escalvado, Rio Casca, São Domingos do Prata, São José do Goiabal, São Pedro dos Ferros, Dionísio, Raul Soares, Córrego Novo, Pingo D’Água, Marliéria, Bom Jesus do Galho, Caratinga, Timóteo, Santana do Paraíso, Bugre, Iapu, Coronel Fabriciano, Ipaba, Ipatinga, Belo Oriente, Naque, Periquito, Sobrália, Fernandes Tourinho, Alpercata, Tumiritinga, Galileia, Conselheiro Pena, Resplendor, Itueta e Aimorés. Entre as cidades capixabas, Baixo Guandu, Colatina e Linhares.

Também procurada pelo DRD, a Samarco não se pronunciou a respeito da abertura para negociações com os municípios e a entrega dos relatórios com os prejuízos e demandas emergenciais, mas a FNP não descarta a hipótese de acionar a empresa na Justiça caso a mineradora se feche para o diálogo.